Officina Dodo
REVEMO-NOS NO CONCEITO DE FINE PRINTING, QUE TRADUZ O DESEJO DE FAZER LIVROS DA MELHOR QUALIDADE POSSÍVEL.
Feito em papiro, pergaminho ou papel, desde há milhares de anos que o livro serve de suporte à escrita e à imagem. É versátil, transportável e durável. Agora que o digital o libertou da obrigação de suportar toda a informação, o livro volta a assumir-se como objecto de arte.
As nossas fontes
INVENTADOS NA ALEMANHA NO SÉCULO XV, OS CARACTÉRES MÓVEIS (OU TIPOS) SÃO A BASE DA TIPOGRAFIA.
Cada caractére corresponde a uma letra (maiúscula ou minúscula), algarismo, sinal de pontuação, espaço ou símbolo. Os caractéres têm variados estilos, tamanhos de corpo e peso (bold, light). Ao conjunto de caractéres de cada variante chamamos uma fonte, do inglês font ou fount.
As fontes que temos disponíveis são:
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Baskerville, 12D, 16D, 20D
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Bembo 14D
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Caslon Antiqua, 16D
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Dante, 14D, 14D itálico
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Garamond, 14D, 24D, 48D
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Nicolas Cochin, 14D itálico, 16D, 24D, 36D
Para além destas fontes, temos caractéres móveis de grande formato, em madeira e metal. Recentemente, comprámos um conjunto de lindíssimas letras capitulares “Cloister Initials”.
Composição
O TERMO COMPOSIÇÃO DESIGNA O ALINHAMENTO DE CARACTÉRES MÓVEIS PARA FORMAR PALAVRAS E FRASES.
Para fazer composição manual é necessário um componedor, uma peça de metal de largura ajustável onde se colocam os caractéres (letras, sinais de pontuação, símbolos, espaços) um a um, até formar uma linha.
As linhas compostas no componedor são juntas numa "forma", que pode ser amarrada com um barbante (cordel) para facilitar a sua movimentação.
Imposição e afinação
CHAMA-SE IMPOSIÇÃO AO ALINHAMENTO DOS BLOCOS DE TEXTO (FORMAS) NO PRELO.
Esse alinhamento varia consoante o número de páginas de cada "caderno". Os blocos são ajustados com a ajuda de peças de "material branco" e apertados para evitar qualquer movimento dos caractéres durante a impressão.
Uma vez feita a imposição, os cilindros do prelo são afinados para garantir a tintagem adequada e a perfeita passagem da tinta para o papel.
Prova
APÓS A IMPOSIÇÃO E AFINAÇÃO DA MÁQUINA, É FEITA UMA PROVA TIPOGRÁFICA.
A prova é cuidadosamente lida pelo revisor, que assinala todas as falhas de ortografia e tipográficas.
O revisor passa depois a prova ao tipógrafo, que corrige os erros directamente na "forma" e procede a nova prova.
É rara uma primeira prova sem letras de pernas para o ar, um sinal de pontuação a menos, pouca tinta, demasiada tinta, etc.
Esta fase é repetida até não se encontrarem erros e só depois é que se procede à impressão.
Impressão
IMPRIMIMOS OS NOSSOS LIVROS NUM PRELO DE CILINDROS SEMI-AUTOMÁTICO KORREX.
Neste prelo, cada folha de papel é colocada manualmente num grande tambor cilíndrico, que desliza sobre o material de impressão tintado, impulsionado por uma manivela.
Fomos comprá-lo à Alemanha, onde durante décadas imprimiu os livros de uma pequena editora, a Pfaffenweiler Presse.
Secagem
DEPOIS DE IMPRESSAS NO PRELO, AS FOLHAS SÃO POSTAS A SECAR DURANTE ALGUMAS HORAS.
Depois de secas, são acondicionadas para resistirem à humidade e diferenças de temperatura.
Só quando estão impressas todos as folhas é que seguem para o encadernador, que as há-de dobrar (formando os cadernos) e coser, dando forma a cada livro.
Arrumação
OS CARACTÉRES MÓVEIS SÃO GUARDADOS EM ARMÁRIOS DE GAVETAS, OU CAVALETES.
Cada fonte é guardada na sua própria gaveta, ou "caixa". Cada diferente letra, algarismo, sinal de pontuação e símbolo tem o seu próprio lugar na caixa, que é dividida em "caixotins".
Depois da impressão, as formas devem ser desmanchadas e os caractéres restituídos aos respectivos caixotins, operação a que se chama distribuir.
Para guardar os caractéres novos, recuperámos um velho cavalete de madeira.
Limpeza
No final do dia é necessário limpar cuidadosamente o prelo, removendo toda a tinta dos cilindros de tintagem e cilindros de distribuição, bem como dos tipos que acabaram de ser usados.